Por volta das 9h de domingo, três jovens que se encontravam na sede da rádio foram surpreendidos por agentes da Polícia Federal e da Anatel. Armados e com um mandado de justiça datado de março de 2006, os agentes entraram na emissora e apreenderam um transmissor, microfones e uma CPU.
De acordo com Mauro Barbosa, que se encontrava na Conquista no momento da chegada dos agentes, a ação foi rápida. "Eles começaram a bater com as armas na porta da rádio e foram logo mostrando o mandado. Ao entrarem, começaram a ameaçar todo mundo de prisão", afirmou.
O locutor Paulo Arte, que apresentava um programa quando os policiais chegaram, foi ameaçado de prisão inúmeras vezes. De acordo com Robson Cláudio, que se encontrava no estúdio da emissora e presenciou tudo, os agentes demonstraram desprezo pelo locutor. "Chegaram a dizer que levariam ele preso por vadiagem. Isso quer dizer que, para eles, uma rádio comunitária é ambiente de vadios?", frisou.
Comunitária - Com uma programação voltada para as manifestações culturais maranhenses, a rádio é conhecida por promover campanhas de combate à dengue, DSTs, violência doméstica e exploração sexual. Desde sua fundação, a Conquista FM vem acumulando uma série de vitórias para o Coroado e demais comunidades que estão ao alcance de suas ondas. Entre elas, a reforma da praça do Mururu, a construção de uma escolinha de Reforço escolar para crianças do bairro e o envolvimento de mais de 100 jovens na programação, produção e operação da emissora.
Ao contrário das chamadas 'rádios piratas', que não possuem endereço, não prestam nenhum tipo de serviço à comunidade, a Conquista FM possui uma ligação direta com a população carente de São Luís e, mesmo sendo constantemente ameaçada, sempre divulgou suas atividades e endereço fixo.
O ex-diretor da Conquista FM, Magno Cruz, revelou que os membros da rádio estão frustrados com a perseguição sofrida nos últimos anos. "Os moradores do Coroado não entendem que tipo de governo é este que nega o direito da comunidade de manter um mecanismo de comunicação próprio".
Segundo Magno, o atual governo federal arrochou as políticas de caça às rádios comunitárias. "No governo de FHC as regras eram duras, mas pensávamos que a eleição de Lula mudaria o rumo das coisas. Pelo contrário, hoje temos informações de que são 50 rádios comunitárias fechadas por dia. Isso só revela o engano que tivemos em relação ao novo presidente".
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ResponderExcluirApresentação: Marcelo Cutrim